O nome de Marcelo Gomes Campelo, ex-candidato a prefeito de Carolina e atual presidente municipal do PL, voltou a ganhar destaque nos corredores da Justiça e da Polícia Civil. Campelo, que insiste em se apresentar como liderança política local, enfrenta graves acusações criminais que o colocam mais uma vez no banco dos réus, revelando a face obscura de quem pretendeu governar o município.
O episódio mais grave ocorreu na madrugada do dia 2 de outubro de 2022, quando Marcelo Campelo, segundo a denúncia, efetuou disparos de arma de fogo contra um veículo Sandero, placa NXG-5724, em que estavam três pessoas: Bruno de Aguiar, Paloma Costa Seixas e Larissa da Costa Seixas. A tentativa de homicídio, registrada em frente ao comitê do PSB, só não terminou em tragédia devido a circunstâncias alheias à vontade do agressor.
Horas depois, a Polícia Civil conseguiu localizar Campelo em um restaurante na região de Praiolândia, em Carolina. Na ocasião, ele recebeu voz de prisão e foi conduzido em flagrante. O auto de prisão relata que o crime se enquadra no artigo 121 combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal, configurando tentativa de homicídio. O Ministério Público, diante da gravidade dos fatos, pediu a conversão da prisão em preventiva.
O processo judicial, de número 0804841-05.2022.8.10.0026, segue tramitando na Vara Única da Comarca de Carolina. No último dia 9 de setembro, o juiz Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz determinou a quebra do sigilo telefônico e telemático de Campelo e de outros envolvidos, incluindo “Bebé do Esporte” (José Roberto) e Jaime Ferreira Júnior. A decisão prevê a análise detalhada de ligações, mensagens e localização dos investigados, além da apreensão de aparelhos celulares e, em especial, o acesso às conversas de WhatsApp.
Esse avanço processual tem prazo até 9 de outubro para ser cumprido pela delegacia responsável, o que deve trazer à tona novos elementos capazes de ampliar o escândalo. A suspeita é de que os envolvidos não agiram sozinhos e que os dados de comunicação podem revelar uma teia ainda mais comprometedora, atingindo outras figuras políticas e seus esquemas de influência.
O caso expõe o contraste gritante entre a imagem que Marcelo Campelo tentou vender durante a campanha eleitoral e a realidade de seu prontuário judicial. O político, que se apresenta como defensor da moralidade e da ordem, carrega em sua trajetória episódios de violência que mancham não apenas sua reputação, mas também a do partido que comanda em nível municipal.