“O que é isso, Companheiro?” Coletivo Nós de forma coletiva desembarca do projeto Camarão governador

Os sinais vindos do PT maranhense não são animadores para o vice-governador Felipe Camarão. O mais recente e mais simbólico veio justamente do Coletivo Nós, o único mandato petista na Câmara Municipal de São Luís.

Antes deles, outros nomes expressivos já haviam dado indícios de distanciamento: Washington Oliveira, secretário de Representação do Maranhão em Brasília; Francimar Melo, presidente reeleito e afastado por decisão judicial; Criciele Muniz, diretora do IEMA; Patrícia Carlos, presidente interina do PT; o ex-deputado Zé Inácio; e o superintendente do INCRA, Zé Carlos.

Agora, o descolamento vem de um grupo que esteve alinhado a Camarão durante anos, especialmente quando ele ocupava o posto de “supersecretário” no governo Flávio Dino.

O Coletivo Nós — formado por seis co-vereadores — parece que esta virarando essa página. O afastamento evidencia o isolamento político crescente de Camarão dentro do partido, particularmente no debate sobre a sucessão de 2026.

Para alguns, o movimento pode até parecer contraditório ou oportunista. Mas, sob a lógica crua da política, faz sentido: atualmente, o vice-governador tem pouca influência real para oferecer ao mandato petista na capital. O tempo em que sua estrutura impulsionou o grupo, garantindo visibilidade e até reeleição, ficou para trás.

Essa guinada ficou clara na segunda-feira (17), quando o Coletivo marcou presença no lançamento de diversos espaços de lazer, esporte e convivência social na Cidade Operária e no Jardim América. Não era apenas uma agenda institucional: era uma sinalização pública de alinhamento com o Palácio dos Leões.
A presença do co-vereador Jhonatan Soares, titular do mandato, reforça a leitura de que o grupo está inclinado a apoiar a pré-candidatura do Secretário Municipalista Orleans Brandão ao governo do Maranhão.

O episódio revela dois elementos importantes no atual xadrez petista:

A recente articulação da corrente interna CNPT (Construindo um Novo PT), criada pelo Coletivo em parceria com o deputado federal Rubens Jr. e setores camaronistas, já nasceu marcada pela desorganização. Com o rompimento de Rubens Jr. com o governo estadual, a tendência perdeu rumo e deixou aliados sem referência política.

No jogo real do poder, prevalece quem tem a caneta e tinta suficiente para usá-la. Hoje, o Coletivo percebe que o centro das decisões não passa pelo vice-governador. Por isso, o encantamento de outrora deu lugar ao cálculo político mais frio.

Em resumo, o movimento do Coletivo Nós não apenas expõe a fragilidade de Camarão no PT, como também sugere uma reconfiguração mais profunda no partido para 2026.

E, como diz o jargão popular, desta vez parece que a criatura engoliu o criador…

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